domingo, 13 de março de 2011

Almas fragmentadas

Texto: Ana Barbosa

Ele a ama, ela o ama, eles se amam. Mas por algum motivo, que ninguém sabe explicar, eles estão separados. Ele sente ciúme dela, ela morre só de pensar nele com outra pessoa. Um nó enorme na garganta se forma e esse nó não consegue ser engolido, não passa nem com 10 goles d’água.
Ela achava que o sentimento havia ido embora, mas na verdade ele estava ali, escondido, esperando um descuido pra chegar chutando o balde e quebrando o pau da barraca, bagunçando tudo que já estava arrumado, enfiando o dedo na ferida que parecia cicatrizada.
E agora que o sentimento se mostrou de novo ela começa a ter as mesmas duvidas de antes, a sofrer pelos mesmos motivos que haviam sido superados há pouco, voltou a ficar triste pela falta, a esperar a ligação, a sentir que sempre tem uma parte que deveria estar ali e não está.
Ele diz que também sente, que a tristeza e a falta tomam conta dele também, que o sentimento também está acordado dentro dele fazendo pirraça. Diz que tem dias que queria gritar e dizer que sente saudade, que queria estar do lado, que às vezes sente como se tudo fosse como antes, como se nada tivesse terminado.
Eles se amam, mas por alguma brincadeira sem graça do destino eles estão separados e enquanto eles estão separados parece que eles são seres incompletos, metade de um todo muito mais feliz, muito melhor.

3 comentários:

  1. "Eles se amam, mas por alguma brincadeira sem graça do destino eles estão separados". Eu tinha que ter recebido este texto hoje, muito obrigado Ana, que mesmo com o seu blog fez um texto especialmente para mim.

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  2. Tinha que ser a Ana... :)
    Um texto lindo e completo. Pelo menos o texto não é fragmentado. :D

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  3. É uma sensação engraçada quando percebemos que outras pessoas estão passando pela mesma situação que nós, não é? Eu fico feliz de poder te ajudar com meu texto / Larinha, obrigada querida, receber um elogio seu é uma honra pra mim, tendo em vista que você por si só já escreve textos maravilhosos.

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