segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Quando alguém parte...


 
Todo aquele silêncio da escuridão da sala quebrado pela voz marcante de Dalva de Oliveira, cantando Que será? Ela se perguntando o mesmo que eu tenho me perguntado todas as noites desde que me vi aqui sozinho “Que será da minha vida sem o teu amor?”. Tenho me feito de forte, tenho procurado sempre coisas diferentes para fazer, até ando pegando um novo caminho para voltar para casa depois do trabalho, tudo para não lembrar ti, não lembrar a nossa rotina, a vida que dividimos tanto tempo. Mas aí a noite chega é me vejo lá, do outro lado da cama, que agora parece ser maior, me vejo do outro lado da mesa sem o som da sua voz me perguntando como foi o meu dia. Dalva ainda canta, e sua voz entranha minha alma, me arranca algumas lágrimas, me traz algumas lembranças. Dói, sei que nem todos vão entender agora, mas a dor de perde alguém, de ver alguém partir, de deixar alguém partir mesmo quando a gente ainda ama é como se deixássemos uma parte de nós partir também. Parece tão difícil recomeçar agora, não sei exatamente por onde. Não sei se tenho forças, não sei nem se quero recomeçar. Eu te queria tanto aqui, agora, dançando comigo como antes. Mas essas coisas não voltam mais, eu sei. Por mais que eu não consiga entender agora, eu sei que não voltam.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Aquele rapaz


Ainda me pergunto quais mistérios esconde aquele rapaz, de olhos arregalados escondido atrás do vidro embaçado de seus óculos antigos. Parece que foi ontem que ele entrou em minha vida como quem se apropria de algo para si. Não perguntou meu nome, não quis saber do meu passado, mas me envolveu em seus abraços, me beijou como se meus lábios fosse água e ele um perdido no deserto. Nunca falei nada da curiosidade que tinha de saber, porque ele ficava horas em silêncio, parado me olhando, mexendo em meus dedos e em meus cabelos. O que ele pensava? Nunca quis perguntar, por mais que eu quisesse, mas naquele silencio existia uma cumplicidade que só nós dois tínhamos, e eu não queria perde isso.

Ainda me pergunto quais mistérios esconde aquele rapaz. Ele me falou do existir das flores, me explicou sobre os astros e me faz rir do seu riso aberto de menino, mostrando todos os dentes. Depois me puxou pelos braços e me levou a lugares, que eu nunca imaginei pisa. Fez da minha vida, mais feliz, mais alegre, mais vida. Mesmo agora que ele se foi, continuo ainda querendo saber quais os mistérios escode aquele rapaz, que ainda insiste em invadi meus pensamentos, tomá-los todos para si.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Guardado

Te guardei em minhas cartas e
em alguns poemas que fiz para o teu sorriso
Te pintei em mim
E mesmo com a tua partida,
estarás para sempre
entranhado em minha pel o amo que vivemos.

Doce...

Tu me falas do teu amor
Doce...
Guardado em um beijo
Para quem tiver coragem de tomar para si
Mas não tenhas pressa, menino
O amor sempre chega de surpresa
E um dia desses vou te roubar para mim.

 
 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Para o fim de agosto


Ele está partindo, e eu nunca fiquei tão feliz com uma partida como estou. Realmente foi um mês cheio de desgostos emocionais, e gostos amargos que ainda estou tentando esquecer, tentado cuspir tudo. Eu nunca tinha acreditado na maldição deste mês, até chegar aqui. Querendo logo que ele se v
á, com suas malas velhas, sujas, cheias que lembranças que eu prefiro tentar esquecer, mesmo não sabendo como, mas depositando todas as minhas fixas no mês seguinte. Por varias vezes durante este mês cão eu desejei, dormi e deixar apenas um bilhete na porta do quarto dizendo: “Me acorde quando agosto acabar”. Só o que me adiantaria dormir se uma hora ou outra eu teria que acordar e encarar tudo de uma vez, então pensava sempre comigo. - Vá em frente, você vai conseguir superar tudo isso, e hoje estou aqui em pé, o vendo partir. Ainda não estou completamente bem, mas aquela coisinha, que já não sentia há muito tempo, mexeu comigo fazendo uma coceirinha gostosa no peito, abrindo um riso sincero guardado há muito tempo dentro de mim, então descobrir que minha esperança voltou e com ela a minha vontade de ser maior que agosto e todas as suas infelicidades, de ser maior do que tudo o que me fizeram, porque agora eu tenho a esperança comigo de que tudo ficará bem.