terça-feira, 6 de setembro de 2011

Crítica – Meia noite em Paris

Por: Gustavo Barbosa.
 

Existe, no universo cinematográfico, um ditado bastante popular e, até recentemente, correto: “Ou você ama os filmes de Woody Allen ou você os odeia com todas as suas forças”. No entanto, seus três últimos filmes (Vicky Cristina Barcelona; Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos; e Meia Noite em Paris) serviram para desacreditar essas palavras.
Em Meia Noite em Paris, o roteirista e diretor conseguiu extrair água de pedra ao fazer com que Owen Wilson interpretasse provavelmente o segundo melhor de seus protagonistas em sua incursão européia (o primeiro seria o Juan Antonio de Javier Bardem). Na trama, Owen interpreta Gil, um roteirista de Hollywood que vai à Paris com a noiva e os sogros e aproveita para se refugiar do comercialismo americano na beleza artística da cidade luz. Aqui, o romântico é ele, enquanto sua noiva Inez (interpretada por Rachel McAdams) não entende o seu fascínio pela “Paris antiga”.
Meia Noite em Paris é, no mais puro sentido da palavra, uma história de amor. Não amor por algo ou alguém, simplesmente amor, romance, que se manifesta em vários sentidos durante a película.
O filme honra os ideais boêmios e nos presenteia com diálogos muito bons (Característica de Allen), como os deboches de Gil pelo “Pseudointelectual” amigo de sua noiva (em mais uma boa atuação de Michael Sheen) ou a conversa entre Gil e Ernest (Carey Stoll). O que não fica explícito na trama ou até nas próprias palavras do protagonista é retratado com paixão em simples momentos, paisagens e até em caminhadas na chuva, um dos marcos do romantismo.
Meia Noite em Paris não tenta explicar o que é o amor, mas tenta, sim, fazer com que o espectador o sinta de forma diferente. Seja em novas paixões ou em artistas tresloucados (aqui cito o Salvador Dali de Adrian Body, simplesmente fascinante). Somente um mestre como Woody Allen para expressar um sentimento de uma forma tão complexa e ao mesmo tempo simples. Quem poderia imaginar que a meia noite em Paris poderia ser tão apaixonante?

2 comentários:

  1. Se eu já estava afim de assistir o filme, depois dessa, só posso dizer que vou com certeza!

    ResponderExcluir
  2. Fã do Wood Allen!
    quero muito ver mais esse filme dele!

    ResponderExcluir