segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Crítica – Amor a toda prova

Por: Gustavo Barbosa
Todo filme de romance tem seus clichês. São eles que rotulam as mulheres de sensíveis, frágeis, sempre em busca do amor. O próprio gênero, no cinema, é um clichê. Sempre que nossas mulheres nos convidam para assistir um filme de romance, a avassaladora maioria dos homens preferiria assistir ao filme do Pelé. Fato. Entretanto, estreou recentemente um filme que propõe mudar essa tradição: Amor a Toda prova é a comédia romântica dos homens.

A história é a mesma de todas as outras comédias românticas do mundo, apenas com uma diferença: dessa vez, quem sofre pela pessoa amada são os homens. São eles quem passam por todos os dramas tipicamente femininos, agora é a vez deles superarem seus medos e partirem em busca do amor ideal.

É nesse universo que conhecemos Cal Weaver (Steve Carrel), casado com seu amor de infância e com uma boa vida junto à família, Cal vê seu mundo desmoronar ao escutar de sua esposa Emily (Julianne Moore) um relato detalhado de como ela o traiu com uma amigo do trabalho de Cal (interpretado por Kevin Bacon). No auge de seu sofrimento, Cal conhece por acaso Jacob Palmer (Ryan Gosling), garanhão por natureza que se compadece da miséria de seu novo amigo e decide treiná-lo para um retorno triunfal à nobre arte da conquista. Por outro lado, Jacob, mesmo com toda sua segurança para abordar mulheres, se vê completamente desprezado por Hannah (Emma Stone) e ainda assim fica completamente atraído por ela (e não é sempre assim?). Para fechar o triângulo de histórias masculinas temos Robbie, filho de Cal, que descobre o sublime sentimento do amor em sua babá, Jéssica (Analeigh Tipton).

Os três juntos nos proporcionam cenas hilárias e despertam memórias em todos os marmanjos da sala (quem nunca teve uma carteira com velcro?). Os diretores Glenn Ficarra e John Requa abordam com maestria as frustrações masculinas em relação ao amor e nos apresentam homens em momentos distintos e frágeis de suas vidas. As mulheres, ainda que coadjuvantes, também fizeram o dever de casa e nos mostram performances ótimas, Julianne Moore já é consagradíssima, então o destaque feminino fica por conta da linda Emma Stone, que apresenta uma ótima dinâmica nos diálogos e com os demais personagens. Infelizmente o time feminino do filme sofre um “atraso” com a atuação de Marisa Tomei. Não que seja ruim, mas é a mesma de absolutamente TODOS os filmes de sua carreira, chega a destoar a trama.

Deixar as mulheres como Vilãs, como “cafajestes” e mostrar o lado sensível dos homens nos mostra que a originalidade ainda não desapareceu por completo dos roteiros de Hollywood. Há drama, comédia e romance na medida certa, fazendo do filme uma ótima aposta para os casais e, de quebra, ainda proporciona uma reavaliação de conceitos no relacionamento.

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