Recebi este texto hoje de um novo amante do blog, ele é lindo eu sei que vão gostar. A pessoa se identifica como R..
[Eu sempre achei que o problema era comigo. A questão é que não era uma certeza. Era um “achismo”. É aquela velha coisa: você pode até saber que não presta, mas jamais vai aceitar isso, e fará de tudo para transparecer o contrário. Sempre me perguntava, nas noites de chuva, de frio, onde estava o meu amor. Porque um dia eu já o tive; já senti o calor de outros pés nos meus. Já senti os dedos passar pelo meu corpo, contando as costelas...
Mas tudo terminou. De uma hora para outra, eu me vi só. Toda a estrutura que segurava meu arranha-céu tremeu, e eu vi meu império ameaçar cair. E caiu. Caiu de um jeito que fiquei preso nos meus próprios escombros. E doía. Doía porque pedra de concreto dói. E como dói... meu grande problema, foi por todo esse tempo, não descobrir que, aquela pedra de concreto que me esmagava, não era destroço, não era entulho. O meu grande prédio, na verdade, continuava lá; forte, imponente e alto. É que toda a poeira do fim, não tinha abaixado, e eu não conseguia enxergá-lo. O que fazia doer, na verdade, era a pedra de concreto que tinha nascido dentro de mim. Era meu coração.
E eu, bom, eu só percebi isso agora. Até então achava que o culpado de não ter amor, era eu mesmo. Então ele apareceu, deu as caras. Encontrei, finalmente, alguém que, quando eu dissesse que “não sou perfeito, tenho muitos defeitos”, respondesse: você é perfeito para mim, e isso é o que importa”, e o disse. Eu esperei muitas noites para ouvir isso. Fiz ensaios do que respondi, sonhei esse sonho com várias pessoas, mas quando tive na realidade, eu simplesmente não falei nada.
Pode ser que toda a poeira não tenha sentado, ou que parte dela tenha obstruído minha visão. Pode ser que eu não esteja preparado, e que talvez a nova pessoa, não seja a pessoa certa, ou então que esses novos pés não sejam tão quentes quanto os que eu já tive, ou talvez, que eu tenha calor demais para queimar. Mas uma coisa, hoje é fato: o que antes eu achava, hoje tenho certeza. O problema é comigo. Sempre foi, e sempre vai ser até o momento em que eu esteja pronto de verdade e descubra que cada pessoa é diferente da outra, que cada um ama de um jeito e que o amor não segue um padrão. No dia que eu perceber isso, que eu aprender a amar alguém, sem esperar nele feitos, atos e palavras de outro ser, eu estarei pronto para amar, e serei digno de ser amado.
Porque afinal, o amor não é descritível, e cada vez que se ama novamente, se ama diferente. Amor não é um chip, eu é que preciso aprender a deixar de ser esse robozinho que me tornei.]
abraço,
R.
Adorei o texto. Nossa, super me identifiquei! Mas quero deixar claro que o R não sou eu, beleza? rs
ResponderExcluiro texto é muito bonito. não é difícil alguém identificar-se com ele, pois muitos ficam mais duros após uma desilusão amorosa. é uma espécie e auto-defesa..
ResponderExcluirparabéns pelo texto e pelo blog.
que lindo! super me identifiquei também!
ResponderExcluiracho que o amor sempre vai ser um tema sentido por todos.
ResponderExcluirTambém acabei me identificando com suas palavras.
Grande beijo.
Te sigo!
http://palavradesonhos.blogspot.com/
Nossa, eu achei que você se expressou muito bem! Mesmo assim, é impossível saber exatamente o quão dolorosa essa parte da sua história realmente foi... Espero que hoje você esteje bem melhor.
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