quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Carta a um amor impossível


Texto de anônimo

Vira e mexe me pergunto por que escrevo, de imediato exercito a mente tentando lembrar como comecei a escrever, sobre o que escrevia. As respostas são vagas, indecisas, nada que pudesse mudar o eixo da terra, assim como o que escrevo também não iria mudar alguma coisa. Quando te conheci me perguntei por que você escrevia. Apesar de admitir minha fascinação por quem escreve, eu poderia listar inúmeras razões pelas quais me apaixonei, certamente à parte a tua escrita. Eu me apaixonei, sobretudo pelas tuas mãos, magras, longas, me apaixonei pela tua cor morena, teus lábios finos, apesar de quase nunca te ver sorrir, gosto até da tua seriedade, da tua estranheza, da tua timidez que me faz imaginar quais seriam teus segredos. Quanto mistério nesse teu olhar que nunca me encara e que ao mesmo tempo implora a minha atenção, suplica ajuda aos meus olhos curiosos e eu aqui sem saber como e se poderia te salvar, mas do quê?! De quem?! Logo eu que me sinto tão fraca, pequena diante a quase tudo o que me cerca, tão incerta do que penso, do que sou, do que escrevo, tão insegura ao teu lado, apesar dessa força bruta, irracional, desmedida que me faz cruzar propositadamente ou não os teus caminhos, os teus tortuosos caminhos que parecem fazer questão de se distanciarem dos meus... Há tantas perguntas e sequer vestígios de respostas, a lucidez é meu melhor antídoto, me faz racionalizar a dor, a solidão, a saudade, mesmo que não consiga avistar saída, não desespero, não choro, porque quero estar inteira, firme, forte, caso um dia precise de mim...

Um comentário:

  1. Racionalizar os sentimento e se dispor a estar inteira é um forma de amor sublime. Me lembrou isso: (I Corintios 13)
    "O amor é sempre paciente e generoso.
    Nunca é invejoso
    O amor nunca é prepotente nem orgulhoso
    Não é rude nem egoísta
    Não se ofende nem se ressente do mal
    Não se alegra do pecado alheio
    Não se regozija com a vontade
    e tudo perdoa, tudo crê, tudo espera e tudo tolera
    Seja o que vier... "

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