Setembro

Imagem: google

Silenciosamente as flores esperam a próxima chuva.
Querem banhar-se de água doce do céu.
Haveria eu como adiantar a chuva?
Esse setembro corre seco em minha boca,
não me deixa falar algumas palavras passadas
Existe salvação para as flores secas?
Acreditar...
A palavra toma conta dos dias alaranjados
É mais que querer.
É fé que dias melhores estão por vir
Tem flores morrendo nos campos esta primavera
Só pra nascer em teus cabelos no próximo verão.

Carta

Oi amor!

é quarta-feira, mais um semana está indo. Te escrevo para dizer que nesta tarde você veio visitar meus pensamentos. Fico sem saber se te convido pra jantar ou se vou até sua casa de surpresa. A rotina não faz parte da nossa vida mesmo.

dia desses me peguei pensando no futuro, nos planos, nos medos, como somos bobos às vezes, ne? Não há futuro sem passado e sem presente, e a cada dia tenho mais a certeza disso, assim como tenho certeza que você me faz feliz. mesmo que às vezes não pareça, eu sei. São brigas bobas, maus entendidos, choros sem medida, e magoas. jamais foi ou é minha intenção te ver magoado, você é uma das pessoas que mais mudaram a minha vida. oro por ti quase todas as noites, não costumo ser muito certinho na reza, mas a fé é a mesma de todos os dias.

creio que escolhemos um único caminho, talvez nem seja tão fácil, nem o mais tranquilo, mas será o nosso caminho, e espero que sempre entenda ele assim, como nosso, de nós, apertados e sempre juntos.

Te amo.

Não coube no coração

As palavras já não fazem sentido
É inútil usá-las
ou organiza-las em bilhetes que acabo rasgando

Queria mesmo era atravessar esse rio que nos separa
Te pegar pelo braço
Arrancar teu beijo
Te amar na manhã de um sábado qualquer
Renascendo mil vezes dentro de ti

É fora do meu controle esse desejo pulsante por nós
Laços invisíveis que o tempo escondeu

Sei que sou uma parte tua a deriva
Esperando ser salvo
ou simplesmente não querendo ser.

(Entre o não e o sim, só me deixe quando
o lado bom for menor do que o ruim -

A Banda Mais Bonita da Cidade)

 

Fuga

O dia vai partindo devagar

As cores do quarto mudando

Cores de mim descendo

Escureço do entardecer dos domingos

Acho triste esse partir todos os dias

Uma despedida breve

Sem nem me dizer Adeus

Um poema deixado sem ninguém ver

É perene a saudade que tenho 

dentro de mim.

(Para dedicado a Pedro Stkls, 

que entende de saudades perenes)

Plano para o futuro

Anoiteço escrevendo cartas e ninguém lê
Guardo todas debaixo do colchão
Faço planos para o dia que serão abertas e lidas
Você vai vir
Sentará ao meu lado na sala
E lerá todas as cartas que te fiz
Vamos rir juntos
Vou perguntar porque demorou
E o som da sua voz vai ecoar pela casa
A tanto acostumada com meu silêncio
'Tava te esperando chegar'.

Coisas de mim

Tenho um mar e uma saudade dentro de mim habitando constantemente meu peito nesses dias de frio depois da tua partida. Olho a casa. Os cômodos em silêncio respeitando minha dor. As paredes nem lembram mais os sons de nossas noites em claro e tenho medo de também esquecer. Parece longe o caminho que separa meu corpo do teu calor, minha boca do teu desejo. Parece mar essa saudade dentro de mim e eu o naufrago que não consegue ver teu barco chegar.

Poema para o me amor

Meu amor mora em mim
Brinca com meus sonhos
Faz tolice de preguiça no fim de tarde
Colore as noites de domingo
Depois some
Deixando um cheiro doce
de saudade pela casa.

Sonhos

Ela brinca com os meus sonhos

Faz uma bagunça dentro mim

Sabe exatamente tudo o que temo e sinto 

Nesse silêncio em preto e branco e

sem legenda que guardo.

Ela escova meus cabelos

Canta pra eu dormir

Me pega em seus braços

Me faz seu menino

Eu ainda não sei o nome dela

Mas amo ver seus olhos doces

negros 

Que me dão sempre a nítida sensação

que ainda não morri.